Parte I: o Nascimento.
Uma música pesada, letras densas, sintetizadores, baterias eletrônicas, loop de fitas e, é claro, como em quase todas as revoluções: a guitarra. Adicione uma pitada de Luigi Rostollo e Tristan Tzara, Dalí e o beat Burrogous, balance suavemente e despeje sobre uma década em que as revoluções, constantes desde o início do século XX, se confirmam: é 1970. Nasce em São Francisco, nos Estados Unidos, o Industrial.
Monte Cazazza, músico americano, cunha o termo Industrial a partir da idéia do “Agricultural”, isto é, toda a música feita antes não se adequava a uma geração tipicamente urbana que nasceu com a Era das Revoluções, a qual tendia para uma nova estética artística condizente com o mundo Contemporâneo. Opondo-se a sociedade agrária, nasce, por tanto, o Industrial, que traz consigo todo o choque expresso entre Rural/Urbano, Velho/Novo, Conservador/Revolucionário. Porém, não será apenas neste lado do atlântico que este estilo, influenciado pela geração beat, encontrará terreno fértil. É na Europa e nas vanguardas que a música de Cazazza encontra espaço e se modifica enraizando-se em cidades como Manchester, Milão, Londres, Berlim e Glasnow. Com a idéia bélica futurista, a negação da razão surrealista e principalmente com a Anti-arte dadaísta o Industrial se molda como a retificação de toda a revolução cultural européia.
A arte concreta, entretanto, demoraria até 1979/80 com o grupo alemão Einstürzende Neubauten (Novos Prédios em Demolição, em alemão) que traria caligramas de Apollinaire mixados com um som experimental pesado. A partir daí, o Industrial começa a sua jornada por entre a Literatura e não escapa ileso, transformando-se no porta-voz do Concretismo na música: a Musique Concrète.
Tantos nomes em alemão, tanta influência americana, por que logo o novo sinônimo de Industrial é em francês? Simples, a França, terra das Revoluções, mescla o seu Rock Avantguard da década de 1960 e juntamente com a sua vizinha Itália e o movimento Fluxus (Movimento antiartístico que pregava o momento como a maior forma de expressão) apara as arestas deixadas pelos anglo-saxões, aperfeiçoando o estilo. Entretanto, mesmo com tanta diversidade e com tantos países envolvidos o Industrial amargaria a década de 1980.
Extremamente impopular e visto como mais uma das revoluções-minutos da Europa, o Industrial chega aos anos 90 fracassado. Mas, um acidente aéreo na cidade de Ramstein na Alemanha, atiça o espírito revolucionário de seis jovens alemães: nasce o Rammstein, que, juntamente com o Despeche Mode, daria um novo fôlego para a música concreta. (...)
Continua na próxima Quarta-feira.
Em Off:
Queria agradecer a Gabriela que me cedeu gentilmente a vez para postar.
Por uma questão de organização e de entendimento, dividi o assunto em 2 posts: um para a parte histórica propriamente dita e outro para a parte sonora, de fato. Para não deixar muitas lacunas no ar, indico aqui três cds que refletem bem o que é o Industrial:
Cabaret Voltaire: Red Mecca: 1981
Depeche Mode: People are People : 1984
Rammstein: Sehnsucht: 1997
Clique aqui para um vídeo com a música Klavier, da banda Rammstein, presente no cd Sehnsucht
Uma música pesada, letras densas, sintetizadores, baterias eletrônicas, loop de fitas e, é claro, como em quase todas as revoluções: a guitarra. Adicione uma pitada de Luigi Rostollo e Tristan Tzara, Dalí e o beat Burrogous, balance suavemente e despeje sobre uma década em que as revoluções, constantes desde o início do século XX, se confirmam: é 1970. Nasce em São Francisco, nos Estados Unidos, o Industrial.

Monte Cazazza, músico americano, cunha o termo Industrial a partir da idéia do “Agricultural”, isto é, toda a música feita antes não se adequava a uma geração tipicamente urbana que nasceu com a Era das Revoluções, a qual tendia para uma nova estética artística condizente com o mundo Contemporâneo. Opondo-se a sociedade agrária, nasce, por tanto, o Industrial, que traz consigo todo o choque expresso entre Rural/Urbano, Velho/Novo, Conservador/Revolucionário. Porém, não será apenas neste lado do atlântico que este estilo, influenciado pela geração beat, encontrará terreno fértil. É na Europa e nas vanguardas que a música de Cazazza encontra espaço e se modifica enraizando-se em cidades como Manchester, Milão, Londres, Berlim e Glasnow. Com a idéia bélica futurista, a negação da razão surrealista e principalmente com a Anti-arte dadaísta o Industrial se molda como a retificação de toda a revolução cultural européia.
A arte concreta, entretanto, demoraria até 1979/80 com o grupo alemão Einstürzende Neubauten (Novos Prédios em Demolição, em alemão) que traria caligramas de Apollinaire mixados com um som experimental pesado. A partir daí, o Industrial começa a sua jornada por entre a Literatura e não escapa ileso, transformando-se no porta-voz do Concretismo na música: a Musique Concrète.
Tantos nomes em alemão, tanta influência americana, por que logo o novo sinônimo de Industrial é em francês? Simples, a França, terra das Revoluções, mescla o seu Rock Avantguard da década de 1960 e juntamente com a sua vizinha Itália e o movimento Fluxus (Movimento antiartístico que pregava o momento como a maior forma de expressão) apara as arestas deixadas pelos anglo-saxões, aperfeiçoando o estilo. Entretanto, mesmo com tanta diversidade e com tantos países envolvidos o Industrial amargaria a década de 1980.
Extremamente impopular e visto como mais uma das revoluções-minutos da Europa, o Industrial chega aos anos 90 fracassado. Mas, um acidente aéreo na cidade de Ramstein na Alemanha, atiça o espírito revolucionário de seis jovens alemães: nasce o Rammstein, que, juntamente com o Despeche Mode, daria um novo fôlego para a música concreta. (...)
Continua na próxima Quarta-feira.
Em Off:
Queria agradecer a Gabriela que me cedeu gentilmente a vez para postar.
Por uma questão de organização e de entendimento, dividi o assunto em 2 posts: um para a parte histórica propriamente dita e outro para a parte sonora, de fato. Para não deixar muitas lacunas no ar, indico aqui três cds que refletem bem o que é o Industrial:
Cabaret Voltaire: Red Mecca: 1981
Depeche Mode: People are People : 1984
Rammstein: Sehnsucht: 1997
Clique aqui para um vídeo com a música Klavier, da banda Rammstein, presente no cd Sehnsucht
Puro Industrial!
4 comentários:
Linquei vcs, moçada. Belo blog. Pra ler com calma e audácia, se é que essas duas não se excluem mutuamente.
Também tô com atividade metabólica reduzida, um tanto pela quantidade de trabalho acumulado, outro pela de calzone e vinho da La Vittória... mas volto aqui pra ajudar a ver o mundo de outra maneira.
Interessante o seu post Daniel,eu não conhecia o Industrial,vou pesquisar algumas letras,pois acredito eu que as letras sejam no mínimo interessantes,por terem influências concretas.
Conheço muito pouco de industrial(muito mesmo!). Mas achei o texto interessante e até curioso, não sabia que Depeche Mode era industrial sempre pensei que era Sint-pop.
Gabriel,
Sint[hy]-Pop, Future Pop, Darkwave, EBM são todos Industrial. A diferença varia basicamente em relação ao Tema e a batida, mas geral apresentam todas as características do Industrial clássico.
A despropósito, Rammstein já não é mais considerado Industrial Puro, mas sim uma espécie de UpGrade: o Tanz Metall (Tanz = Dançar).
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