sábado, 15 de dezembro de 2007

O Rock Ao Sul das Américas

Nove de dezembro foi decisivo na carreira de 4 bandas finalistas do Semp Toshiba Banda Antes. Em busca de uma gravadora, o hip-hop dos Dálmatas, o rock paulistano dos Lambrusco Kids, os bem-comportados do Radiare e os gaúchos retrôs do Stereograma se submeteram a um crivo de profissionais, ou quase, da música. Entre eles, o vocalista de um dos destaques musicais do Sul brasileiro, Cachorro Grande.
Ao sinal da VJ Luiza, um trio entoou seus instrumentos: uma bateria, um baixo, uma guitarra, uma boina e algumas camisas de gola. Soa um tanto indie, mas não para o único lugar onde os tupiniquins faziam bonecos de neve. O Rio Grande do Sul é o novo celeiro do falido Rock’n’roll brasileiro. Mudanças calangas, é verdade, mas necessárias. Que diria Dinho que viu sua banda correr sério risco no underground de Brasília. Afinal, faltaria pouco para a instalação de uma CPI (Central Internacional de Pizza) para averiguar quem desviou o Capital Inicial para a conta de um amigo laranja.
Stereograma, o grande vencedor, foi quem preencheu o palco com apenas 3 integrantes cantando “Hey Garotinha”, um rock que tem tudo para fazer escola. Escola e Faculdade, algo muito difícil já que há costas na UFRS para os negros gaúchos das comunidades alemãs. Entretanto, todos hão de concordar com a expressão fálico-peniana que Beto libertou nos estúdios da MTV. Se houver faculdade para o trio cuja influência vem de um dos olfatos mais apurados do mundo, The Who, com certeza será de Sexologia.
Chimarrão a parte, Lambrusco Kids provou que São Paulo também faz parte da aurora austral brasileira. O vocalista cheio de personalidade cantou “Dia de Dezembro”, quem diria em um dia de dezembro. Antes que o spleen e o blasé do rock independente inundassem os ouvidos dos convivas, a banda provou que não precisa de escola para fazer milagre. Era Março, Junho ou Novembro, porque a canção era simplesmente brilhante e não guardava nenhuma redundância vocal e contextual.
Mas aquele friozinho que dá na noite paulistana nem de perto é a massa Antártida ( e antártica) das noites gaúchas. Ao que parece, Porto Alegre, as Ilhas Malvinas e o Reino Unido estão sob aquela freqüência que só quem é de Londres escuta. A freqüência de ver nascer, ali na Grã-Bretanha, um som diferente, o britpop e o british rock (por questões de espaço, usa-se aqui linguagem futurista: Bp/r). A que semelhança estão Oasis, The Who, Franz Ferdinand, Artic Monkeys, e Cachorro Grande? Estão no mesmo paralelo, aquele traçado pelas usualidades anatômicas de cada povo.
Pois é, com o novo rock brasileiro, parece que os farroupilhas possuem essa anglo-habilidade tão cara à originalidade do Bp/r. Quem não é inglês, nem gaúcho que ponha suas antenas para identificar essa freqüência, uma vibração musical que Stonehenge acaba de lançar.

5 comentários:

Anônimo disse...

Dú Karalhoooo!!
como disse o Beto Bruno !!

Damn disse...

Pois é,
de pleno acordo com o caralho do Beto Bruno ^^
O Stereograma mereceu ser o grande Semp Toshiba Banda ANtes^^

Gabriel Caio Corrêa Borges disse...

O Rio Grande do Sul quer ser o novo "celeiro" do Rock Nacional. Já fizeram o inpensavel criando uma "Faculdade do Rock" dentro da Unisinos. Haja ideia louca neste pais.

Damn disse...

Não é bem assim, Gabriel.
O Rio Grande do Sul não QUER ser o celeiro do rock, ele É o celeiro do que é audível em termos de rock dentro do Brasil.

E a Faculdade do Rock na Unisinos é uma pós, se não me engano, em Música, ou uma formação específica.

Não necessariamente um curso^^

Anônimo disse...

genialérrimo o texto.
super bem humorado, e com a sua, como diria...impagável, inigualável, in, in, in, indie(o) percepção.
o que um pharmaton não é capaz de fazer com você, meu amigo.
parabéns pelo texto.

cara.. pra que colocar anonimo???